Autor Shawn Achor
Em julho de 2010 Burt’s Bee uma empresa de produtos de cuidados pessoais, passava por mudanças
enormes, uma expansão global para 19 países. Nesse tipo de situação de alta
pressão, muitos líderes chateiam seus colaboradores com reuniões freqüentes ou
enchem sua caixa de e-mails com demandas urgentes. E ao fazer isso, gestores
aumentam o nível de ansiedade de todos, ativando a área do cérebro que processa
ameaças – a amídala – e rouba energia do Córtex Pré-Frontal, que é responsável
por resolução de problemas.
John Replogle CEO
então da Burt’s Bee tomou um caminho diferente. Cada dia ele enviava um e-mail
elogiando um membro da equipe por trabalhos relacionados à expansão.
Interrompia suas
apresentações no lançamento para lembrar seus gestores para conversar com suas
equipes sobre os valores da companhia. Solicitou um workshop de 3 horas sobre
bem-estar no trabalho no meio dos esforços de expansão. Como um gestor sênior
comentou um ano depois, a ênfase em estimular uma liderança positiva, manteve
seus gestores engajados e coesos conseguindo concluir a expansão global com
sucesso.
O resultado não
deveria surpreender. Pesquisas mostram que quando as pessoas trabalham com um
modelo mental positivo, a performance aumenta praticamente em todos os níveis
de produtividade, criatividade, engajamento.
Ainda assim
felicidade é um dos drives de performance menos compreendidos. A grande maioria
pensa que sucesso precede a felicidade. “Uma vez que eu for promovido serei
feliz” ou “ Uma vez que atingir minha meta de vendas me sentirei bem”. Mas como
o sucesso é um alvo em movimento – assim que você atingiu o alvo, precisa mirar
novamente – portanto a felicidade que vem do sucesso é passageira.
A verdade é que as
coisas funcionam de forma inversa: Pessoas que cultivam um modelo mental
positivo encaram melhor desafios. Todo resultado de negócio tem melhora quando
o pensamento é positivo. Observei esse efeito como pesquisador e palestrante em
48 países conectando bem-estar e felicidade com sucesso. E não estou sozinho
nesta vertente: 225 estudos acadêmicos, incluindo os de pesquisadores como
Sonja Lyubomirsky, Laura King, e Ed Diener, mostram fortes evidencias de causa
direta entre satisfação com a vida e resultados bem sucedidos de negócios.
Outro equivoco
comum é pensar que nossa genética e o ambiente, ou a combinação destes dois
fatores determinam nosso grau de felicidade. Certamente ambos têm um impacto
importante. Porem o senso de bem-estar do ser humano mostrou-se
surpreendentemente maleável. Os hábitos cultivados, a forma de interagir com
colegas, o que você pensa sobre o stress - tudo isso pode ser administrado para
incrementar seu grau de satisfação e suas chances de se sair bem.
Desenvolva novos hábitos
Treinar seu cérebro
a ser positive não é tão diferente quanto treinar seus músculos em uma academia.
Pesquisas recentes
sobre neuroplasticidade – a habilidade de mudar nossos cérebros mesmo quando
adultos – revelam que quando você desenvolve novos hábitos, nova conexões no
cérebro são feitas.
Comece a exercitar
um aspecto positive todo dia e em algumas semanas já perceberá o impacto. Em
Dezembro de 2008 (plena crise) trabalhei com a KMPG em Nova York e New Jersey
para ver se o nível de satisfação de seus gestores poderia aumentar. Pedi a
eles que escolhessem uma das 5 atividades abaixo que se correlacionam com
mudança positiva:
- Anote 3 coisas pelas quais é grato.
- Escreva uma mensagem positiva para alguém em sua rede de contatos
- Meditar 2 minutos na sua mesa.
- Fazer atividade física ( mínimo 10 minutos)
- Escrever em 2 minutos um diário com as experiências mais significativas nas últimas 24hs.
Os Participantes
executaram a atividade escolhida todo dia por 3 semanas. Muitos dias depois do
treinamento ser concluído, avaliamos os participantes e um grupo controle que
não havia participado para determinar sua percepção geral de bem-estar. O quão
engajados estavam? Estavam deprimidos? Em cada item medido as notas do grupo
experimental foram significativamente maior que no grupo de controle.
Ao fazermos o mesmo
teste 4 meses depois essa diferença ainda era forte e os participantes tinham
notas mais altas em otimismo e satisfação.
Antes da
intervenção numa escala de satisfação bastante aceita – que vai até 35 pontos.
O grupo foi de 22.96 até 27.23 quatro meses após o treinamento. Alguns
mantiveram o novo hábito muitos meses após o treinamento.
Shawn
Achor – É consultor e CEO da Good Think
Artigo Traduzido por Miguel Nisembaum